domingo, 6 de fevereiro de 2011

Momento poético

Rascunho de uma odisseia para Mariana

Sinto-me perdido num galeão espanhol abandonado.
Os marinheiros são apenas fantasmas
são o significado do drama da raça humana,
prisioneiros da ambição, da insanidade filipina
Ou são visionários como eu.

Eu estou só neste grande vaso de guerra
preso em alto-mar, na desértica calmaria,
com fome, com frio, com sede, delirando com um porto.
Acendo a quilha, enfeito as velas para ser avistado.
Se no passado sonhei com o porto dos teus braços- e como sonhei!-
agora necessito deles mais do que tudo
mais do que qualquer outra conquista.

Mas talvez tu mesma sejas fruto da minha insanidade
Talvez este meu corpo que está perdendo a juventude
seja mesmo o galeão espanhol que atravessa
a quase inércia da calmaria...

o mar.. o mar... o mar...
Quisera Mariana.
Mariana - minha quimera.

E assim - navegador louco - vou solitariamente
atravessando com dor este imenso mar do meu amor.

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